quinta-feira, 16 de julho de 2009

Os Tallanes foram sempre amantes da liberdade.

Não pretendiam grandes territórios, nem ambicionaram conquistas.
Constituíram uma das etnias mais prósperas da zona costeira peruana. Organizada em “Curacazgos” (pequenos povoados organizados), desenvolveram seus próprios dialetos locais.
Em algumas regiões existiu um sistema social fortemente matriarcal, onde as “Capullanas” (voz de idioma tallan, que designa a mulher que exerce o mando e poder) exerceram a chefia da comunidade e contaram com o privilégio de escolher seus maridos.
Trata-se de uma das poucas etnias das quais podemos ter maiores informações de sua vida cotidiana, costumes, forma de expressão, pensamentos, crenças e organização social, graças aos testemunhos escritos e registrados pelos cronistas que vieram com os espanhóis, pelos mestiços ou por aqueles que, muitos anos depois de fixados na região, receberam os relatos dos próprios tallanes.
Os grupos Tallanes sofreram várias dominações, mas souberam conservar sempre a sua identidade, seus costumes e crenças. Atualmente, na região norte peruana, muito dos nomes próprios de povos e acidentes geográficos, assim como sobrenomes de piuranos (cidade de Piura), são derivados da língua tallan.
Pode-se afirmar que estas etnias se desenvolveram separadamente, embora conviviam como vizinhos ajudando-se entre si através de relações de diversos tipos: relações comerciais de troca, relações sociais ou de ajuda mútua, por exemplo.
Como a grande maioria das etnias pré-hispânicas, os Tallanes mantinham relações de reciprocidade e redistribuição entre os povoados, além de convênios e acordos entre diversos caciques.
Todos estes fatores determinaram a formação de um grande conglomerado de povoações que conhecemos historicamente como a cultura dos Tallanes ou Tallancas.

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